6.2.05

O arroto

Atendendo a inúmeros pedidos (ahahahah!), decidi contar um fato pra lá de pitoresco e asqueroso que aconteceu comigo, claro. Até pq tenho o dom de atrair situações cômicas em minha jornada (A menina Cláudia sempre me diz isso, e acho q já começo a acreditar).

Campina Grande, dia qualquer entre os anos de 2000 e 2001, não lembro bem. Eu estava aproveitando o horário de almoço para fazer o básico: ir ao banco, pagar contas e resolver alguns pepinos pessoais, antes de voltar ao trabalho (nessa época eu ainda estava na M&C Consultoria). Caminhava apressada pensando em tudo que tinha pra fazer quando, de repente, escutei um estrondo. O som foi altíssimo e monstruoso. Alguma coisa entre terremoto e maremoto que me fez correr mais de 50 metros assustada, imaginando o início do Apocalipse.

Quando parei e olhei p trás vi um velho (vou chamar de velho pq fiquei puta da vida com o ridículo), com a cara mais cínica do mundo, achando graça da minha maratona. Então, percebi q o som ensurdecedor e amedrontador era um Sr. Arroto, que seu autor estava satisfeito com o resultado da sua obra e, ainda, tinha coragem de tirar onda com a minha cara. O velho sorria, mesmo sem dentes. Não era o fim do mundo, mas era a visão do inferno.

Não contei conversa, virei nos calcanhares e, irritada, fui p cima do homem com “um quente e dois fervendo” (como diria minha avó): - O senhor não tem vergonha nessa cara velha de ficar assustando as pessoas, seu mal educado! O senhor não passa de um seboso, ridículo, que não tem o que fazer e fica provocando o povo em pleno centro da cidade. Vá tomar um banho, seu vagabundo e blá, blá, blá...O pobre velho (que, além de tudo, fedia) ficou me olhando espantado e me perguntando se eu estava louca. Acho q ele não esperava uma reação. Pensando agora friamente no assunto, eu acho até q ele não fez de propósito. Mas eu estava nervosa, ora bolas!

O público, que assistia a cena e também não estava entendendo nada, no final da história (com H pq, infelizmente, é verdadeira) me olhou com repulsa achando q eu estava pirada e disposta a agredir um pobre senhor de rua, pode!?!

Pra resumir o constrangimento, o velho foi embora como se nada tivesse acontecido e eu, depois q me acalmei, sentei na calçada e tive uma crise histérica de riso. Ainda hj, qd lembro novamente da cena e comento com meus amigos, caímos na gargalhada. Contando dessa forma pode não parecer tão hilário. Mas sei que, até hoje, nada mais me faz rir à toa, sozinha, feito louca, que esse episódio. Certas coisas só acontecem comigo mesmo!


Crau, texto postado especialmente pra vc. :-)

2 comentários:

Cláudia Carvalho disse...

Essa do arroto é uma clássica narração do anedotário de Eliz Monteiro. Mução só faz sucesso porque as emissoras de rádio não descobriram ainda o talento humorístico dessa moça. Mesmo escrevendo, o moído ficou muito engraçado. Burp! Agradeço, envaidecida, a postagem do causo especialmente para mim. :D Feliz Natal a todos!

Felipe Gesteira disse...

Ainda bem que o arroto foi de longe, não deu pra levantar seus cabelos e passar o mau cheiro pelo pescoço. Pense bem, podia ter sido bem pior!! =D